domingo, 21 de novembro de 2010

Inspiração... ou falta de!

"s.f. Ação de inspirar ou ser inspirado.

Ação pela qual o ar penetra nos pulmões: o homem adulto, em repouso, faz 16 inspirações por minuto.

Fig. Conselho, sugestão: agir por inspiração de.

Estado da alma quando influenciada por uma potência sobrenatural: inspiração divina.

A força inspiradora; o estro: poeta de grande inspiração.

Coisa inspirada."
 
 
Agora compreendo porque não consigo escrever. Falta-me o ar aos pulmões.
 
Mais uma semana, Butterfly Enchanteur. Isso se eu não enlouquecer antes. Você bem que poderia vir me salvar, né?
 
Now listening: Enchantment, by Corine Bailey Rae.

domingo, 14 de novembro de 2010

Post Musical - 6,02x10²³ - A saga continua

O segundo post é de uma música que me remete a você. Não sei por que, exatamente, talvez o fato de você ser a cara do Simon Le Bon do Duran Duran... ou talvez pelo fato de mesmo estando em perigo, sinto-me segura ao seu lado. E isto é um paradoxo. Mais olhos verdes e mais música:



Come Undone
Duran Duran
Composição: Duran Duran


My immaculate dream, made of breath and skin.
I've been waiting for you.
Signed with a home tattoo.
Happy birthday to you, was created for you.


(Can't ever keep from falling apart at the seams.
Cannot believe, you're taking my heart to pieces.)


Oh, it'll take a little time, might take a little crime to come undone.
Now we'll try to stay blind to the hope and fear outside.
Hey child, stay wilder than the wind, and blow me in to cry.


Who do you need, who do you love, when you come undone?
Who do you need, who do you love, when you come undone?


Words, play me deja vu, like a radio tune I swear I've heard before.
Chill, is it something real, or the magic I'm feeding off your fingers?


(Can't ever keep from falling apart at the seams.
Cannot believe, you're taking my heart to)


Lost in a snow filled sky, we'll make it alright to come undone.
Now we'll try to stay blind to the hope and fear outside.
Hey child, stay wilder than the wind, and blow me in to cry.


Who do you need, who do you love, when you come undone?

Now Listening: A própria.

Post Musical - 6,02x10²³

Melonella is fallen again.

Podem me chamar de volúvel, inconstante, nem ligo. Estou vivendo meus amores, mesmo os impossíveis. O que os torna possíveis é a nossa capacidade de viver a vida sem medo de suas "efemérides".

A primeira música de hoje é esta. Em homenagem aos seus olhos verdes, "Butterfly Enchanteur":




Espelhos D'água
Dalto
Composição: Dalto e Cláudio Rabello


Os seus olhos são espelhos d'água
Brilhando você pra qualquer um
Por onde esse amor andava
Que não quis você de jeito algum
Que vontade de ter você
Que vontade de perguntar
Se ainda é cedo
Que vontade de merecer
Um cantinho do seu olhar
Mas tenho medo

Efemérides

Começo o post de hoje com uma pergunta aos meus nobres seis leitores: Algum de vocês já se viu com medo de desfrutar de algo bom com medo de que isso venha a acabar no futuro, e você sofrer? Trocando em moedas de cinquenta centavos, já se viram com apenas R$ 0,60 pra tomar uma Coquinha, e ficaram com medo de comprar, porque em três goles todo o conteúdo da garrafa vai acabar e você tem medo de ficar com sede depois? (Ok, eu sei, não foi lá muito profundo...)

Acabei de me pegar pensando nisso, e, olhando pra trás, não tive dedos para contar as oportunidades que perdi de aproveitar melhor a minha existência, justamente por medo de arriscar perder o chão aparentemente firme onde eu estava pisando. Talvez pelo fato de que, naquela época, nada na minha vida era efetivamente seguro. Eu poderia ter curtido mais os meus relacionamentos, por exemplo, e não me preocupar tanto com o sofrimento que o fim deles me trariam - e acabaram por me trazer, a despeito da minha decisão de não vivê-los plenamente!

Ah, a efemeridade da vida!... Ghandi dizia que "Toda noite, quando vou dormir, morro. E, na manhã seguinte, quando acordo, renasço." Odeio clichês, mas, por que não aproveitar cada dia das nossas vidas como se fosse o último, com todas as oportunidades que se desvendam aos nossos olhos? Por que não sair da escuridão da caverna e ir de encontro à luz?

Bem cantou o Odair José em "A Noite Mais Linda do Mundo":

"Vamos fazer dessa noite
A noite mais linda do mundo
Vamos viver nessa noite
A vida inteira num segundo
Felicidade
Não existe
O que existe na vida
São momentos felizes


A gente pode ser feliz
Viver a vida sem sofrer
É não pensar no que vai ser, Oh!
Não me pergunte se amanhã
O nosso amor vai existir
Não me pergunte
Pois não sei."


Façamos, vamos amar...


Now listening: A Piece of My Mind, by EBTG.

domingo, 7 de novembro de 2010

The Badman's Song




A primeira cena se passa num restaurante em um clube, onde a personagem de Sandra Bullock, Leigh Ann, conversa com amigas:


"Amiga 1: Problemas com a estátua?

Amiga 2: A melhor parte de Paris foi a comida. Eles usam todo tipo de molho. Eu tive que malhar no dia em que cheguei!


Leigh Ann: Vocês costumam ir ao outro lado da cidade?


Amiga 1: De que lado você está falando?


Leigh Ann: Rua Alabama, Vila Dor.


Amiga 1: Vila Dor? Parece uma ameaça.


Leigh Ann: É, por aí.


Amiga 1: Eu vou ter dor se for lá.


Amiga 3: Isso vai doer na sua reputação.


Amiga 2: Ora, eu sou de lá, mas trabalhei duro, vejam só onde estou agora. (ergue a taça, simulando um brinde)


Leigh Ann: Comendo uma salada de US$18,00?


Amiga 2: Que está insossa para ser sincera!


Amiga 3: Por que o interesse nos conjuntos populares, é outra de suas beneficências (simula aspas com a mão direita)?


Amiga 2: Conjuntos em conjunto? Já pegou! A grana vai entrar sozinha! Tudo bem, conte comigo Leigh Ann! Peguem o talão de cheques!


(As amigas caem na risada. Leigh Ann suspira, desanimada).

***
A segunda cena se passa no mesmo restaurante. As amigas comentam o cartão de natal da família Tuhoys, em que Michael também aparece:

Amiga 3: Você ficou minúscula perto dele, tipo Jéssica Lange e King Kong! Que coisa mais doida.


Amiga 1: Michael tem desconto familiar no TacoBell? Porque se tiver, Sean vai ficar no prejuízo.


Leigh Ann: Ele é um bom menino.


Amiga 3: Então torne tudo oficial e o adote!(Risos)


Leigh Ann: Ele vai fazer 18 anos em poucos meses, não faz sentido adotá-lo.


(Longo silêncio e perplexidade entre as amigas)


Amiga 1: Leigh Ann, isso é algum tipo de culpa por ser branca?


Amiga 3: O que seu pai acha?


Leigh Ann: Antes ou depois de ele se revirar no túmulo? Meu pai morreu há cinco anos, Elaine! E pra piorar, você foi ao enterro, não tá lembrando não, com um vestido Channel e um chapéu preto horrível (A amiga arregala os olhos). É o seguinte: eu não preciso que vocês aprovem minhas escolhas, ta? Mas eu vou pedir que as respeitem. Vocês não fazem idéia do que o garoto passou, e se isso vai virar algum tipo de crítica, eu posso achar uma salada que não valha o preço mais perto da minha casa.


Amiga 1: Leigh Ann não tivemos a intenção...


Amiga 3: Não, não tivemos mesmo...


Amiga 2: Eu acho incrível o que você está fazendo. Abrir a porta da sua casa pra ele... Amor, você mudou a vida do rapaz!


Leigh Ann: Não... ele mudou a minha vida.


Amiga 3: Eu sei que é ótimo pra você, mas, e a Collins?


Leigh Ann: O que tem a Collins?


Amiga 3: Você não se preocupa, nem mesmo um pouco? Ele é um rapaz grande, e negro, dormindo sob o mesmo teto...


Leigh Ann (balançando a cabeça desaprovando o comentário): Que vergonha!... – levanta-se apanhando a conta – Eu pago."

* * *

Estou há horas buscando uma maneira de introduzir este post. Estava em busca, na verdade, de algo que não fizesse vocês, meus nobres seis leitores, desistirem dele e do blog logo no início. Daí me lembrei de uma música do Tears For Fears, chamada Badman's Song, do álbum mais intimista da dupla, o Sowing The Seads of Love. Esta música foi escrita por Roland Orzabal, logo após ouvir, sem querer, uma conversa "afiada" sobre ele, que rolava no quarto ao lado do seu, entre os músicos que os acompanhavam numa turnê da banda. Há um trecho em particular, que diz: "Food for the Saints that are quick to judge me". E é sobre ele que eu quero falar, especificamente, pra chegar onde eu quero.

As pessoas, e nisto também me incluo, são rápidas em esquecer de onde vem. Logo, não sabem para onde vão. Acho isto a premissa necessária para se saber onde se quer chegar, e principalmente! Saber de onde se vem ajuda a conservar a própria essência quando a vida nos dá benesses em excesso, seja por sorte ou merecimento mesmo. E mais ainda! Ajuda a conservar a própria essência quando esta mesma vida, num golpe de vista, tira de nós as benesses, por má sorte, ou por merecimento mesmo.

"Food for the Saints that are quick to judge me..."

Talvez seja pelo meu esforço de conservar a minha essência; talvez por lembrar constantemente de onde eu vim, e saber exatamente para onde eu quero ir, imprimindo movimento à minha vida, é que eu incomode tanto! Ou que as pessoas ao meu redor se envergonhem da minha espontaneidade - quando eu mesma não estou nem aí pra isso, aliás!

Este final de semana conheci uma figuraça, que me serviu de inspiração para este post. É provável que neste momento, em que eu estou aqui, em frente ao notebook no conforto do meu quarto depois de comer bem no jantar, ele esteja juntando suas moedinhas num chapéu velho, de veludo preto, sentado numa velha cadeira de rodas que lhe ajuda a se locomover, já que não tem ambas as pernas, em frente ao Guaiamum Gigante, restaurante badalado de Recife. A situação em que nos conhecemos me lembrou duas cenas em particular do filme "Um Sonho Possível", que rendeu a Sandra Bullock o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz de 2010. No filme, Leigh Anne, o personagem dela, adota Michael Oher, um jovem negro morador de rua, vindo de um lar destruído. Com a ajuda dela, Oher aprende a superar diversos desafios à sua frente, e, em contrapartida, muda a vida de todos a sua volta.

Minha fonte de inspiração deste final de semana, se revelou, em poucos minutos de conversa, uma pessoa culta, de papo agradável, ao contrário do que muitos que o vissem podiam pensar - um bêbado desagradável e inconveniente. Se disse parecido com o Dustin Hoffmann - e observando direitinho, o ator americano se parece mesmo com ele. Sabe-se lá em que circunstâncias teve suas pernas amputadas e foi parar ali, a mendigar a bondade das pessoas.

Ah, meu amigo Dustin! Considero você um herói. Pedir não é mesmo algo fácil de se fazer. Já pedi muito, e chorei quando "não" foi a palavra que ouvi do lado de lá. Você ainda conserva a capacidade de sorrir, apesar de tudo.

Pode crer, meu amigo, que você fez muito mais por mim do que as moedinhas que saíram da minha carteira e foram parar no seu chapéu velho fizeram por você.

Now listening: The Badman's Song, by Tears For Fears. "Hope for a Badman, This is the Badman's Song"...

- By Melonella -

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Velho e O Mar



Luis Antônio Aguiar, ao escrever o prefácio da 68ª edição de O Velho e o Mar, disse que este "é o livro mais popular de Ernest Hemingway. Em 1954, quando o escritor ganhou o Nobel de Literatura, O Velho e o Mar foi explicitamente mencionado como uma justificativa para o prêmio, sendo considerado uma obra prima da prosa moderna" (sic).

O livro conta a história de Santiago, um velho pescador que há 84 dias não traz nada em seu barco. No 85º dia, ele pesca um peixe-espada de tamanho descomunal, e trava uma verdadeira luta para trazê-lo, sacrificando o suor, o corpo, o espírito. Em 126 páginas, numa linguagem apaixonante e emocionada, Hemingway traz à baila assuntos como honra e honestidade, numa narrativa "dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete"(sic).

Não pude deixar de me emocionar e me identificar com determinadas passagens do livro, que cito a vocês, meus seis leitores:

"Não tinha nenhuma consideração especial pelas tartarugas, embora tivesse andado à caça delas durante muitos anos. Davam-lhe pena, mesmo as que pesavam uma tonelada. A maior parte dos pescadores não sentia a menor compaixão pelo fato de o coração da tartaruga continuar a palpitar durante horas e horas, mesmo depois de ela morta e cortada em pedaços. Mas o velho pensava: 'Eu também tenho um coração assim e os meus pés e mãos são como os dela'."

Nota da blogueira: Chorei litros quando li este trecho.

"Deitou-se na popa com o leme seguro debaixo do braço e ficou à espera de ver no céu o resplendor da cidade. 'Mesmo assim, trago metade do peixe", pensou o velho. 'Pode ser que tenha a sorte de trazer a parte da frente. Mereço ter um pouco de sorte. Não... Você violou a sua sorte quando se afastou tanto da costa.'

- Não seja estúpido - disse em voz alta. - Não adormeça e preste atenção ao leme. Ainda pode ser que venha a ter muita sorte. Gostaria de comprar um pouco de sorte se houvesse algum lugar onde a vendessem."

N.B.: Eu também, Santiago!

" 'Mas com que poderia eu comprá-la?', perguntou em pensamento. 'Poderia comprá-la com um arpão perdido, com a faca partida ou com estas duas mãos em carne viva?'

- Talvez - respondeu em voz alta. - Você tentou comprá-la com oitenta e quatro dias no mar. Quase que lhe venderam.

'Não posso continuar a pensar nestes disparates. A sorte é uma coisa que vem de muitas formas, e quem é que pode reconhecê-la? Por mim aceitaria um bocado de sorte qual fosse a forma como viesse e pagaria o que me pedissem por ela. Gostaria de poder ver o brilho das luzes. Estou sempre desejando coisas. Mas essa é a que mais desejaria agora.' "


O livro foi meu companheiro de viagem. Recomendo demais.

Now listening: Oscilate Widly, by The Smiths.

- By Melonella -

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E por falar em walkman...

... vocês sabiam, meus queridos seis leitores, que a Sony vai parar de produzi-los no Japão?

Vocês sabiam que eles ainda eram produzidos, em tempos de mp3 e Ipod?

Pois é!

Segundo a reportagem de Época desta semana, o walkman foi lançado em 1979 e se tornou um ícone jovem dos anos 80. Mais de 220 milhões de unidades foram vendidas. A Sony continuará com uma pequena produção para alguns mercados como Europa e China, onde ainda há demanda pelos tocadores de fita cassete entre pessoas mais velhas.

Acho que fiz bem em guardar o meu, como relíquia...


Now listening: Time (Clock Of The Heart), by Culture Club.

"Don't forget the songs that made you cry, and the songs that saved your life..."

O título do post foi cantado por Stephen Morrissey quando ele ainda era vocalista e líder do The Smiths, em Rubber Ring, do álbum "Louder Than Bombs", de 1987. E dentre as músicas que me fizeram chorar, ou que salvaram a minha vida, estão, sem dúvida alguma, todas as músicas da banda Irlandesa The Cranberries, que esteve em Recife no dia 22 de outubro.

Não sei se consigo passar para vocês, meus seis leitores, a exata dimensão da emoção que senti quando eles anunciaram a vinda deles a Recife, provando que a minha cidade definitivamente entrou na rota dos grandes shows internacionais. Só este ano já passaram por aqui o A-ha, o Iron Maiden, o Simply Red, Megadeath, Black Eyed Peas (com seu insuportável Boom! Boom! Pow! Blergh!) e o Cranberries. Estão previstos ainda shows do Jason Mraz em Maracaípe e Amy Winehouse, no dia 13 de janeiro, salvo engano.

Mas voltemos ao assunto do Cran. Sou fã da banda há pelo menos uns 16 anos, quando ouvi Linger pela primeira vez, numa trilha sonora de uma novela das seis - a novela em questão era o remake de "A Viagem", de 1993. Na época eu era uma pobre estudante sem dinheiro, e me contentava em gravar fitas a partir de discos que pedia emprestado, ou raros especiais transmitidos pelas rádios locais nas noites de sábado. O primeiro CD do Cranberries ganhei de um namorado. O segundo, dos meus amigos. O terceiro, quarto e quinto álbuns, do mesmo namorado. E a isto se seguiu um hiato de pelo menos uns nove anos. A banda resolveu atender os apelos dos fãs espalhados em todo o mundo, e voltou a ativa, provando que ainda estão (e muito), em forma. Saíram em turnê no início deste ano; turnê esta que esteve ameaçada de terminar antes do previsto, devido a um nódulo nas cordas vocais de Dolores. Felizmente ela se restabeleceu, e presenteou a mim e a 14000 pessoas que lotaram o Chevrolet Hall com um show impecável. Eles ainda passaram pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Brasília, e depois daqui, seguiram para Fortaleza, onde encerraram a turnê 2010.

Meu sonho começou a tomar forma depois que mobilizei metade da cidade para comprar meu ingresso, ainda em julho. Pedi às minhas BFF, Sandra Macedo e Dayana Ferraz para me ajudarem, mas felizmente, minha amorinha conseguiu comprar, sacrificando a sua hora do almoço. E a isto, se seguiu uma agonia de três meses até o dia tão esperado! Tive como companheiro de jornada meu colega de trabalho, e fã cranberriano desesperado como eu, Paulo Sérgio. E lá fomos nós. Ficamos praticamente cheirando o chulé da bota de Dolores, de tão próximos que ficamos do palco. Duvidam? Então tá!



E como num filme, ao ouvir as músicas sendo executadas ali, uma a uma, a minha própria vida passou a se desenrolar diante dos meus olhos. Momentos alegres, em que Sandrinha, Day e Chuchu estiveram comigo, momentos nem tão alegres assim, em que eles também estiveram comigo! O que me provou que não importa o que aconteça, os verdadeiros amigos, e as pessoas que te amam de fato estarão ali, ao seu lado, aplaudindo os seus sucessos, estendendo a mão e te ajudando a levantar nas ocasiões em que você tropeçar (e olhe que não são poucas!).

E no meio do show do Cranberries foi difícil segurar a emoção. Não só pelo fato de estar ali, cara a cara com meus heróis, mas também e principalmente, pelo fato de saber que os meus três heróis, os do cotidiano, compartilhariam comigo também desta alegria. Cantei cada música como se as estivesse ouvindo no walkman, sentada no corredor da copa do CEFET, esperando o início das aulas, ao lado deles.



O Cranberries emocionou Recife com:

Analyse
How
Animal Instinct
Ordinary Day (Dolores O'Riordan cover)
Dreaming my Dreams
Linger
Ode to my Family
Still Can't
Time Is Ticking Out
Just my Imagination
Desperate Andy
When You're gone
Can't Be with You
Waltzing Back
Free to Decide
Salvation
Ridiculous Thoughts
Zombie


Bis:
Empty
You and Me
Promises
Dreams


Total de 22 músicas
Início : 22 : 30 hs
Término : 00 : 00 hs

Agora é esperar o próximo álbum, previsto para o ano que vem. E o próximo show!

É isto.

Now listening: Stars, by The Cranberries.

- By Melonella -

Our Time in Eden

"Voltei, Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço"...

Sim, trinta dias de ócio criativo se passaram! Roberta Pardo disse que "as férias são como uma caixa de surpresas, enorme e misteriosa, nelas nos esperam as experiências mais intensas e extraordinárias". Sim, senti na pele essa emoção! O mês de outubro de 2010 - este que hoje se encerra com o Halloween literalmente falando: a eleição da Dilma Roussef com 55% dos votos válidos é, realmente, um "Dia das Bruxas" - foi um mês transformador para mim em todos os sentidos. Falo disto nos próximos posts, "I promise you I will", meus digníssimos seis leitores.

Comecemos do começo, então.

Se eu tivesse que escolher um lugar para chamar de "Meu Éden", este com certeza seria Maragogi, Alagoas. "Por que, querida Mariposa?", perguntariam vocês. Explico: tenho uma relação especial com esta cidade situada logo após a divisa litorânea entre Pernambuco, meu estado natal, e Alagoas. A primeira vez em que lá estive foi há 12 anos atrás, numa situação completamente diferente da que vivi nas férias deste ano, mas que não foi constrangedora o suficiente para tirar a magia do amor à primeira vista. O mar de águas claras aliado à paz de uma cidadezinha de interior, faz de Maragogi uma cidade de muitos (eu digo muitos, MESMO) contrastes.

O acesso se dá pela PE-60 e AL-101 Norte. E querem um conselho? Pensem 6,02 x 10²³ vezes antes de ir pela Real Alagoas! Saí de Recife às 11h00min da manhã, e cheguei, azul de fome, coberta de poeira da cabeça aos pés, às 15h40min. O ônibus faz uma Via Crucis pela Estrada da Batalha em obras, pelo Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Rio Formoso, Barreiros - onde não pude deixar de me emocionar com a situação das pessoas que AINDA estão morando em barracas gentilmente cedidas pelo Governo Britânico, esquecidas pelos candidatos mesmo em períodos eleitoreiros (sim, eleitoreiros, estrategistas!), sobrevivendo graças à solidariedade do povo Pernambucano. - Sirinhaém, São José da Coroa Grande, até chegar a Maragogi, onde não há Terminal Rodoviário! Os ônibus páram às margens da AL 101 - Norte, em frente às pousadas, ou onde a necessidade do passageiro disser. E os únicos ônibus que atendem à população saem às 04h15min e 11h00min da manhã de Recife, ou de Maceió. Depois disso, apenas lotação, se você quiser chegar numa ou noutra cidade. As pousadas possuem serviços de transfer com empresas especializadas. Vai por mim, é mais seguro e confortável.

Mas...

O que dizer ao ser contemplada com imagens como esta, na chegada?



A fotografia foi tirada de uma das palhoças da Pousada onde fiquei, a Portal do Maragogi(http://www.portaldomaragogi.com.br/). É bem aconchegante, com quartos hiper confortáveis, um ótimo café da manhã, e jantar excelente! Mas em Maragogi há outras boas opções de acordo com o gosto e o bolso de cada freguês. Dá pra se hospedar bem por menos de R$ 100,00 a diária. Né legal?

Falando em opções, há várias para o seu entretenimento. As mais famosas são os passeios às Galés, as piscinas naturais que se formam há uns 20 km mar adentro, oferecidos pelas pousadas e/ou pelos vários restaurantes da orla. Não estou ganhando nada pelo Merchandising, mas, recomendo o Catamarã do Restaurante Maragolfinho, que é equipado com banheiros, inclusive. Aliás, a comida do restaurante é fantástica! Destaque para o filé de dourado grelhado, acompanhado de arroz, purê de jerimum (abóbora) gratinado e batatas fritas. Um pecado. Que cometi sem culpa.

Outra opção são os passeios de buggy pelas praias da redondeza. O meu buggeiro preferido, Samuel, me levou por várias praias, - praia da Bruna (Lombardi!), Antunes, Peroba, Burgalhau, etc. - que infelizmente não pude aproveitar direito por ter escolhido o pior horário para isso, às 15h00min. Mesmo assim, ele me levou ao Mirante, de onde tirei esta foto. Agora sei por que Maragogi é chamada de "Caribe Brasileiro". Saca só:


Como eu disse antes, Maragogi é uma cidade de contrastes. As pessoas lá vivem basicamente da Pesca, do Artesanato, do  fraco Comércio e do Turismo. Segundo Samuel, na baixa estação a cidade pára no tempo, parece uma cidade fantasma. Vi pescadores voltando da lida sem nada preso em suas redes. Vi pescadores tratando peixe em frente a um dos hotéis mais luxuosos da cidade. Vi uma cidade com ruas por asfaltar, crianças descalças, nuas, mulheres catando marisco na praia em frente aos Resorts. Vi as instalações de uma unidade do IFAL, já em funcionamento, porém, com a promessa de levar educação, emprego e renda para a região. Vi a esperança de um povo humilde, porém acolhedor, esbarrar na ambição de dois picaretas que tentavam se reeleger Governador do Estado (um deles, o Teotônio Vilela infelizmente conseguiu, embora o outro, Lessa, seja tão ruim quanto!).

Quatro dias depois, pego o caminho de volta, com a sensação de ter sido expulsa do Éden, literalmente. A saga do retorno via Real Alagoas me rendeu uma enxaqueca dos diabos no dia seguinte, como a ressaca de um vinho barato. A curta viagem porém me fez atentar para algo que pouco vinha fazendo: aprender com os erros do passado. Na volta à Maragogi no ano que vem, pretendo fazer tudo certinho, planejar melhor, garantir meu conforto e segurança na ida e na volta... isso é o que estava faltando na minha vida, até então. A reflexão, a serenidade, a maturidade, e a capacidade de rir dos meus próprios insucessos (desatei a rir sozinha quando, na volta, finalmente consegui sentar, já em Barreiros. De Maragogi até lá, fui em pé, vigiando a minha mala que tinha ficado ao lado do motorista). Não digo que o mês de outubro foi realmente transformador?

Mais?

Vamos deixar para o próximo post, né? Senão vocês enjoam.

Now listening: Eden, by 10000 Maniacs.

- By Melonella -