O título do post foi cantado por Stephen Morrissey quando ele ainda era vocalista e líder do The Smiths, em Rubber Ring, do álbum "Louder Than Bombs", de 1987. E dentre as músicas que me fizeram chorar, ou que salvaram a minha vida, estão, sem dúvida alguma, todas as músicas da banda Irlandesa The Cranberries, que esteve em Recife no dia 22 de outubro.
Não sei se consigo passar para vocês, meus seis leitores, a exata dimensão da emoção que senti quando eles anunciaram a vinda deles a Recife, provando que a minha cidade definitivamente entrou na rota dos grandes shows internacionais. Só este ano já passaram por aqui o A-ha, o Iron Maiden, o Simply Red, Megadeath, Black Eyed Peas (com seu insuportável Boom! Boom! Pow! Blergh!) e o Cranberries. Estão previstos ainda shows do Jason Mraz em Maracaípe e Amy Winehouse, no dia 13 de janeiro, salvo engano.
Mas voltemos ao assunto do Cran. Sou fã da banda há pelo menos uns 16 anos, quando ouvi Linger pela primeira vez, numa trilha sonora de uma novela das seis - a novela em questão era o remake de "A Viagem", de 1993. Na época eu era uma pobre estudante sem dinheiro, e me contentava em gravar fitas a partir de discos que pedia emprestado, ou raros especiais transmitidos pelas rádios locais nas noites de sábado. O primeiro CD do Cranberries ganhei de um namorado. O segundo, dos meus amigos. O terceiro, quarto e quinto álbuns, do mesmo namorado. E a isto se seguiu um hiato de pelo menos uns nove anos. A banda resolveu atender os apelos dos fãs espalhados em todo o mundo, e voltou a ativa, provando que ainda estão (e muito), em forma. Saíram em turnê no início deste ano; turnê esta que esteve ameaçada de terminar antes do previsto, devido a um nódulo nas cordas vocais de Dolores. Felizmente ela se restabeleceu, e presenteou a mim e a 14000 pessoas que lotaram o Chevrolet Hall com um show impecável. Eles ainda passaram pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Brasília, e depois daqui, seguiram para Fortaleza, onde encerraram a turnê 2010.
Meu sonho começou a tomar forma depois que mobilizei metade da cidade para comprar meu ingresso, ainda em julho. Pedi às minhas BFF, Sandra Macedo e Dayana Ferraz para me ajudarem, mas felizmente, minha amorinha conseguiu comprar, sacrificando a sua hora do almoço. E a isto, se seguiu uma agonia de três meses até o dia tão esperado! Tive como companheiro de jornada meu colega de trabalho, e fã cranberriano desesperado como eu, Paulo Sérgio. E lá fomos nós. Ficamos praticamente cheirando o chulé da bota de Dolores, de tão próximos que ficamos do palco. Duvidam? Então tá!
E como num filme, ao ouvir as músicas sendo executadas ali, uma a uma, a minha própria vida passou a se desenrolar diante dos meus olhos. Momentos alegres, em que Sandrinha, Day e Chuchu estiveram comigo, momentos nem tão alegres assim, em que eles também estiveram comigo! O que me provou que não importa o que aconteça, os verdadeiros amigos, e as pessoas que te amam de fato estarão ali, ao seu lado, aplaudindo os seus sucessos, estendendo a mão e te ajudando a levantar nas ocasiões em que você tropeçar (e olhe que não são poucas!).
E no meio do show do Cranberries foi difícil segurar a emoção. Não só pelo fato de estar ali, cara a cara com meus heróis, mas também e principalmente, pelo fato de saber que os meus três heróis, os do cotidiano, compartilhariam comigo também desta alegria. Cantei cada música como se as estivesse ouvindo no walkman, sentada no corredor da copa do CEFET, esperando o início das aulas, ao lado deles.
O Cranberries emocionou Recife com:
Analyse
How
Animal Instinct
Ordinary Day (Dolores O'Riordan cover)
Dreaming my Dreams
Linger
Ode to my Family
Still Can't
Time Is Ticking Out
Just my Imagination
Desperate Andy
When You're gone
Can't Be with You
Waltzing Back
Free to Decide
Salvation
Ridiculous Thoughts
Zombie
Bis:
Empty
You and Me
Promises
Dreams
Total de 22 músicas
Início : 22 : 30 hs
Término : 00 : 00 hs
É isto.
Now listening: Stars, by The Cranberries.
- By Melonella -
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