quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Velho e O Mar



Luis Antônio Aguiar, ao escrever o prefácio da 68ª edição de O Velho e o Mar, disse que este "é o livro mais popular de Ernest Hemingway. Em 1954, quando o escritor ganhou o Nobel de Literatura, O Velho e o Mar foi explicitamente mencionado como uma justificativa para o prêmio, sendo considerado uma obra prima da prosa moderna" (sic).

O livro conta a história de Santiago, um velho pescador que há 84 dias não traz nada em seu barco. No 85º dia, ele pesca um peixe-espada de tamanho descomunal, e trava uma verdadeira luta para trazê-lo, sacrificando o suor, o corpo, o espírito. Em 126 páginas, numa linguagem apaixonante e emocionada, Hemingway traz à baila assuntos como honra e honestidade, numa narrativa "dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete"(sic).

Não pude deixar de me emocionar e me identificar com determinadas passagens do livro, que cito a vocês, meus seis leitores:

"Não tinha nenhuma consideração especial pelas tartarugas, embora tivesse andado à caça delas durante muitos anos. Davam-lhe pena, mesmo as que pesavam uma tonelada. A maior parte dos pescadores não sentia a menor compaixão pelo fato de o coração da tartaruga continuar a palpitar durante horas e horas, mesmo depois de ela morta e cortada em pedaços. Mas o velho pensava: 'Eu também tenho um coração assim e os meus pés e mãos são como os dela'."

Nota da blogueira: Chorei litros quando li este trecho.

"Deitou-se na popa com o leme seguro debaixo do braço e ficou à espera de ver no céu o resplendor da cidade. 'Mesmo assim, trago metade do peixe", pensou o velho. 'Pode ser que tenha a sorte de trazer a parte da frente. Mereço ter um pouco de sorte. Não... Você violou a sua sorte quando se afastou tanto da costa.'

- Não seja estúpido - disse em voz alta. - Não adormeça e preste atenção ao leme. Ainda pode ser que venha a ter muita sorte. Gostaria de comprar um pouco de sorte se houvesse algum lugar onde a vendessem."

N.B.: Eu também, Santiago!

" 'Mas com que poderia eu comprá-la?', perguntou em pensamento. 'Poderia comprá-la com um arpão perdido, com a faca partida ou com estas duas mãos em carne viva?'

- Talvez - respondeu em voz alta. - Você tentou comprá-la com oitenta e quatro dias no mar. Quase que lhe venderam.

'Não posso continuar a pensar nestes disparates. A sorte é uma coisa que vem de muitas formas, e quem é que pode reconhecê-la? Por mim aceitaria um bocado de sorte qual fosse a forma como viesse e pagaria o que me pedissem por ela. Gostaria de poder ver o brilho das luzes. Estou sempre desejando coisas. Mas essa é a que mais desejaria agora.' "


O livro foi meu companheiro de viagem. Recomendo demais.

Now listening: Oscilate Widly, by The Smiths.

- By Melonella -

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