Se fosse há alguns anos atrás, eu teria motivos de sobra para cantar uma canção diferente para você, num dia como hoje, ou interpretar o quinto mandamento de Deus, como sendo apenas “honra à tua mãe”. Imaginei tantos desfechos mirabolantes à nossa história, e em nenhum deles você estava presente. Ou estava em posições humilhantes, degradantes, em que eu riria por último, mas não sei se necessariamente melhor, pois, apesar de ansiar por ela, não sentia, nem nunca senti a doçura na vingança arquitetada nos momentos de mais profunda dor e revolta. “Oh father, I have sin...”
Agora tudo isso parece tão distante... de mim, de você, de nós dois... não sei se por força das circunstâncias, mas, hoje, é difícil imaginar as ofensas dirigidas a você, mesmo em segredo.
Apelando a um dos clichês mais utilizados desde que o mundo é mundo, este dá tantas voltas... e numa delas, nós dois nos reencontramos. Confesso que, a princípio, houve resistência da minha parte, mas hoje me surpreendo sentindo saudades suas, daqueles nossos reencontros em tardes de domingo, assistindo TV, e conversando sobre as banalidades da vida.
“Oh! Metade de mim, metade afastada de mim...” Hoje eu compreendo... e este carma nós dois não carregaremos mais.
Se eu nunca vier a dizer, se eu nunca te disser, saiba que o amor sempre residiu em mim. Com a mesma certeza da sua reciprocidade.
Feliz dia dos pais.
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