Reinaugurando o blog depois de mais de seis meses sem postar uma única linha.
Experimentar: (latim experimento, -are)
v. tr.
1. Verificar por meio de experiência.
2. Ensaiar, provar, tentar.
3. Ver se se pode conseguir.
4. Sentir, ter.
5. Receber, achar, passar por.
v. pron.
6. Adestrar-se, exercitar-se.
7. Ensaiar-se.
8. Provar as próprias forças ou faculdades.
Depois da reposição da minha aula de Dança do Ventre (Engraçado que quando se gosta de uma aula, nenhuma reposição é sacrifício, nem quando isso se dá num sábado chuvoso, depois de uma semana de viagem cansativa, e de precisar pegar dois ônibus pra poder chegar lá!), fui almoçar numa franquia de fast-food muito famosa aqui em Recife. Apanhei o cardápio das mãos da funcionária, só pra fazer o "H", mas eu já sabia o que eu ia comer, tanto que o pedido já saiu dos meus lábios automaticamente, como se eu tivesse engolido um gravador e só precisasse apertar o "play". Depois de pagar, e de apanhar a senha com o número do meu pedido, comecei a me dar conta de que nunca tinha experimentado nada diferente no cardápio com tantas opções do restaurante! Várias opções de carne, frango, peixe e camarão, com vários tipos de arroz, saladas, batatas fritas ou cozidas, legumes no vapor, feijão ou farofa, e eu planando hora pelo Medalhão, hora pelo Salmão, hora pelo Arroz de Brocólis, hora pelo Arroz à Grega, acompanhados sempre do purê e da Batata Noisette!
Quanta mesmice, não?!? Tudo isso motivado pelo medo de não gostar e aí perder o prato e o meu dinheirinho.
Não é assim com a nossa própria vida? Às vezes temos medo de experimentar determinadas coisas pelo medo de nos machucarmos. O emprego novo, num ramo totalmente diverso daquele com o qual estamos mais familiarizados, que pode nos proporcionar mais aprendizado, mais experiência, e de repente, uma melhora no orçamento. O relacionamento com pessoas de mundos diferentes, culturas diferentes. Aquela música diferente, que não ouvimos por puro preconceito, mas que pode nos render sensações impactantes. Aquela posição, ou aquela carícia que seu namorado ou namorada insiste em fazer, pra ter ou dar mais prazer, e você não topa porque gosta mesmo é do tradicional? Sexo sem compromisso, aquela bebida com nome exótico, aquela balada num sambão da periferia, que pode massagear o ego, ser gostoso e divertido, mas você é puritano demais, criado sob padrões rígidos de conduta, e só gosta de música erudita.
Voltando ao exemplo da Dança do Ventre, ontem foi a minha segunda aula. Na primeira, vi a minha professora fazer exercícios de alongamento que para mim, do alto dos meus 91 kg achava praticamente impossível fazer. Mas me permiti tentar. Na definição de "Experimentar", provei das minhas próprias forças ou faculdades. Como recompensa, meu corpo doeu menos depois de tantas sequências, passos e remelexos nos quadris. E continuo tentando. Daqui a alguns dias, ou meses, não importa, vou saber tremer o quadril direitinho, que nem a Simone Mahayla, minha professora. Enquanto esse momento não chega, vou treinando. Experimentando. Permitindo-me a novas sensações.
Now listening: I try, by Macy Gray.
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