sexta-feira, 22 de abril de 2011

PetroCity

Voltando à série viagens fantásticas...




Jorge de Altinho, cantor e compositor pernambucano, é um dos artistas que melhor retratam a beleza do meu estado. Já cantou o Rio Una, descrevendo todo o seu trajeto desde a sua nascente, no município de Capoeiras, no agreste meridional, passando por Altinho, Agrestina, Palmares, até chegar "no meio do mar". Já cantou a sua terra natal, Altinho, descrevendo a sua infância na Fazenda Santo Antônio. E cantou a jóia do Sertão Pernambucano, o encontro das duas cidades irmãs, separadas apenas pelo Rio São Francisco, nos seguintes versos:

"Nas margens do São Francisco nasceu a beleza
E a natureza ela conservou
Jesus abençoou com sua mão divina
Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina

Do outro lado do rio tem uma cidade
Que na minha mocidade eu visitava todo dia
Atravessava a ponte, mas que alegria
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia

Ainda me lembro dos meus tempos de criança
Esquisita era a carranca e o apito do trem
Mas achava lindo quando a ponte levantava
E o vapor passava num gostoso vai-e-vem

Petrolina, Juazeiro
Juazeiro, Petrolina
Todas as duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro
E adoro Petrolina."


Estive em Petrolina, no último final de semana, visitando Jeronne, amigo de 16 anos atrás. E, se eu pudesse, fazia como cantou o Jorge: para não morrer de saudade (não só do amigo, mas da cidade), voltaria para Petrolina. A jóia do Sertão Pernambucano, maior exportador de frutas do estado, capital da vinicultura, compõe, junto com Juazeiro, na Bahia, um dos cenários mais bonitos que já vi em minha vida.

O clima é quente durante todo o dia, e esfria vertiginosamente a noite, característica do semi-árido nordestino. O cultivo de frutas, a indústria, um dos maiores portos fluviais do Brasil, e o turismo, têm injetado desenvolvimento à cidade, que não pára de crescer. A orla fluvial da cidade me lembra muito o Bairro de Boa Viagem, na capital, com vários edifícios altos e luxuosos. Gastronomia bem característica da região com dois pólos famosos: o Galinhódromo - onde se come galinha de cabidela, ou assada, com feijão de corda, arroz ou baião de dois - e o Bodódromo, onde a especialidade, como o próprio nome já sugere, é o bode, assado ou cozido (guisado). E vários passeios para o seu entretenimento, como as travessias para a Ilha do Rodeadouro, e outras Ilhas no meio do Rio São Francisco. Ah! E não esqueçam de comer um peixinho, pescado lá mesmo e tratado e preparado pelos bares nas margens do Rio. Diversão garantida, e o cenário, é de tirar o fôlego!

Now listening: Velho Chico, by Geraldo Azevedo.

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